quinta-feira, 27 de março de 2008

Conexões, Muros e Pontes


A tecnologia sempre mudou a forma como o homem olha e percebe o mundo.
A grande revolução veio com o olho mecânico das máquinas que se interpunha entre o homem e a natureza e mudava nossa forma de contemplar o mundo. Depois vieram as telas e os dispositivos digitais. A velha janela hoje fica fechada, devido aos ruídos e ao excesso de intrusão de olhos e ouvidos.
Com o desenvolvimento da tecnologia cada vez mais inventamos objetos e acessórios que por vezes facilitam e até transformam nossa forma de ver o mundo e as pessoas. Hoje vemos muita coisa, mas percebemos pouco ao nosso redor. As coisas não tem permanência e nem lugar.
Na Idade Média, a igreja católica chegou a condenar Galileu pela invenção do telescópio dizendo que ele queria "substituir os bons olhos" que Deus havia dado aos homens por um artefato mecânico. Na verdade a ciência colocava o homem no centro do mundo: como inventor e criador do próprio mundo que existia.
A questão central hoje em dia é o valor que atribuímos as máquinas. Elas podem nos ajudar a viver num mundo melhor, porém nunca substituir a criatividade humana. Hoje em dia parece que há uma crença consensual de que tecnologia e as máquinas podem resolver tudo. As coisas parecem tomar o lugar do homem no comando da vida.
Pode parecer filme de ficção científica, pode parecer uma crítica romântica, mas precisamos restabelecer o lugar dos homens, da natureza e dos sentimentos junto as tecnologias no centro do admirável mundo hi-tech.
Hoje ficou muito fácil falar de afetos. Dificil mesmo é praticá-los. Em um mundo onde as mãos ficam horas movendo mouses, teclando exclamações e dando enter, que mãos e tempo nos restam para estender, tocar e aliviar a solidão do outro?

A internet é um grande espaço de interação, um poderoso suporte de aproximações e uma plataforma de comunicação em rede incrível.

O grande problema é o uso que podemos fazer dela: se vamor abrir portas e lançar pontes ou fechar as janelas e erguer muros.

Um comentário:

Patricia Fonseca disse...

Sergio vc escreve de uma forma q/ não deixa pedra sobre pedra ... p/ ser colocada!Tudo é dito.Obrigada sempre.Beijão